Gostaria muito de ser o Ricardo Araújo Pereira e dizer isto de uma forma divertida, mas parece-me que o que vai daqui sair será tudo menos divertido.
Bem sei que não temos o Dia da Ação de Graças como os Americanos, mas acho que devia ser instituído.
A vida corre à velocidade da luz, cada um preocupado com a sua própria sorte, o trabalho que se tem ou não se tem, a casa, os filhos, o jantar, as contas, com a crise que não vai embora e que nos arrasta com ela.
Neste turbilhão, esquecemo-nos de agradecer e apreciar aquilo que já temos e que nem a crise nem a Srª Merkl nos podem tirar.
Precisamos de reconhecer que a felicidade não é um estado, mas um caminho que se faz todos os dias. Pensamos demais no que queremos adquirir e não no valor do que temos.
Hoje, um programa de rádio encheu-me de angústia pelo que está a acontecer neste país, senti-me literalmente amarrada, sem poder fazer algo que realmente fizesse a diferença. O que eu queria mesmo era que não houvesse meninos com fome, mas há; queria que não houvesse bebés abandonados, mas há e eu não os posso ir lá buscar para lhes dar colo; queria que houvesse menos idosos a passar frio e a enfrentar a solidão da velhice ou da pobreza; e menos famílias a colocar em causa a sua noção de lar.
Sinto-me impotente, mas também sei que são necessárias várias gotas para fazer um mar.
Enfim, o que eu acho mesmo é que devo dar Graças pelo que já tenho e por aquelas pequenas coisas que fazem a alegria:
. telefonemas inesperados;
. braços apertados;
. manhãs de namoro;
. músicas bonitas;
. borboletas na barriga;
. ombros amigos;
. gargalhadas sinceras;
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