sábado, dezembro 29, 2012

Uma estrelinha especial

O nosso céu ficou este Natal com o brilho de uma estrelinha muito especial. A avó C. está agora lá em cima a olhar por nós e a brilhar.
Sentimos um grande vazio nas nossas vidas. Os meus meninos perderam uma avó que os amava intensamente; o pai dos meus meninos perdeu uma mãe extremamente carinhosa e preocupada; eu perdi um apoio, uma voz que partilhava experiências, uma ajuda preciosa no cuidado dos meus filhos, alguém entre a mãe e a amiga, que aprendi a apreciar e que admirava pela forma como agarrava a vida. Parece difícil de acreditar, mas é mesmo verdade.
Sabemos que a vida é mesmo assim, que não somos eternos, mas sempre que acontece apanha-nos de surpresa e faz-nos sofrer.
Em alturas destas não nos apetece nada. O estômago aperta-se e sentimos que podíamos sempre ter feito melhor, que ficou muito por dizer.
A vida continua porque tem de continuar, mas não será igual.

segunda-feira, dezembro 17, 2012

Festa de Natal do João

E agora acerca da festa de Natal do João.
Primeiro na ginástica: cheio de vergonha, de dedo no nariz, só se esqueceu de que estava a ser visto pela plateia, repleta de pais, avós, tios e restantes familiares, obviamente babados, quando começou a fazer o seu esquema.
Depois na peça de teatro, com o seu fato de árabe (habilidosamente feito pela avó C. - valha-nos avó C. para estas coisas), disse tudo o que tinha para dizer, cantou, mas ... sempre estrategicamente atrás de alguém, ou seja, nem filmado, nem fotografado.
Falta dizer que a mãe também fez a habitual figura triste do ano ao participar na atuação cuidadosamente preparada pelos pais, perdão ... mães das crianças. Sim porque os pais não estão para aparecer vestidos de ovelhas ou pintos ou vacas em frente das outras pessoas. Enfim divertido como sempre.
O Francisco também gostou de ir. Viu "velhos amigos" e brincou à vontadinha.

domingo, dezembro 16, 2012

Já cá estão as férias de Natal

Depois de um período de aulas, de adaptações, avaliações de bolas vermelhas, amarelas e verdes, vêm as festas de Natal, sempre cheias de pais babados a olhar para as habilidades dos seus rebentos.
 Cá em casa estamos a passar por esta animação pela primeira vez com o Francisco. Lá fomos à primeira festa de Natal da nova escola. Muitos miúdos - todas as turmas de 1º ciclo é obra! - muito barulho, muita confusão, muito calor.
Achei confusão a mais. Ainda estou com a memória muito fresca das festas da pré que frequentou e que o irmão ainda frequenta. Para mim, estas são as mais calorosas e mais sentidas. É um fraquinho que tenho por aquela gente.
O que importa é que ele tenha gostado de ver e de participar; fez o seu esquema de ginástica/dança muito bem, muito concentrado no que estava a fazer. Notei quando chegou ao fim que agradeceu ter corrido tudo bem.
No fim teve uma crise de choro porque se esqueceu do casaco, que afinal estava numa cadeira, próximo do sítio onde estava sentado; quando chegou a casa outra crise de choro pelas saudades que teria dos colegas durante as férias. Nervos acumulados, foi o que foi.
Já passou, nada que um colo não resolva.
O dia seguinte ainda foi de ressaca (de tratamento impossível) e de festa de Natal do mais novo.
Que comecem as férias de Natal.

quinta-feira, dezembro 13, 2012

Ensaio de Natal

Depois de me contar como foi divertida a viagem para o local da festa de Natal da escola, o João pela primeira vez na vida diz:

- Mãe, eu sei o que tenho para dizer na peça, queres ver?

E diz de forma muito correta e lógica as suas frases.

Espero que, no dia, não se envergonhe e consiga dizê-lo tão bem como hoje.

Estamos muito contentes com a evolução deste meu príncipe que, aos poucos, tem vindo a sair da sua concha.

Bem sei que está a amadurecer e a crescer, mas há três meses atrás este era um cenário, que não se desenhava nas nossas mentes. O João raramente cantava as músicas que aprendia na escola, apesar de as conhecer, e acho que só não fugia nas atuações porque não podia.

Acredito que a evolução positiva não teria sido possível sem a preciosa ajuda da S. e da S., que levaram a sério uma simples dúvida e cuja sensibilidade ajudou um menino a ser mais feliz. É só isso que queremos.

sábado, dezembro 08, 2012

Às escuras

No outro dia ficámos às escuras na piscina. Por sorte já estávamos quase a sair. No entanto o apagão durou tempo suficiente para irmos ao pão, entrarmos em casa, acender as velas todas e ter duas carracinhas coladas a mim a dizer estas coisas:

- Filho, deixa-me ir à casa de banho por favor.
- Deixa estar mãe, eu fico aqui contigo para te proteger. Assim já não tens medo, pois não?


"Só Amor Não Basta?"

Um interessante debate de ideias à luz deste livro escrito pelo Dr. Paulo Sargento.
A pergunta é de retórica.
Por vezes, quando a realidade se abate sobre nós, só Amor não basta. No entanto até a realidade mais difícil se torna suportável quando o Amor está por ali.
Da intervenção bem-humorada do autor fiquei com a ideia de que o bom senso tem de imperar, mesmo quando já estamos pelos cabelos; e o melhor é não tentarmos ser perfeitos.
Há já algum tempo ouvi algo que é preciso lembrar: os pais fazem o melhor que conseguem com a informação que têm disponível na altura.
Hoje em dia a desculpa não pode ser falta de informação, por isso espero estar a fazer um bom trabalho juntamente com a outra parte da equipa.

Vai estar na minha lista de compras para o Natal.

quarta-feira, dezembro 05, 2012

Janela 5

Hoje a janela 5 do nosso calendário reservou-nos uma estória dos avós. Os avós geograficamente mais próximos vieram depois do jantar contar como era o Natal quando eram pequeninos.

O mais velho adorou ouvir; o mais novo gostou mais de os ver cá em casa. Que excitação os avós a esta hora da noite.

Gostei desta experiência das lembranças de outros tempos e outras idades, acho que iremos repetir mais vezes, noutros Natais.

Gosto de rituais. Espero estar a criar boas memórias naquelas cabecinhas. Acho que estou, afinal o mais velho ainda se lembra de algumas coisas que fizemos o ano passado durante o advento.

A Carta ao Menino Jesus / Pai Natal

Esta foi a carta (catolicamente correta) que os meus rapazes me encomendaram:

....... 3 de dezembro de 2012

Querido Menino Jesus,

Desejamos ter um Natal feliz e também queremos que a nossa família tenha um Natal feliz.
Queremos que todas as pessoas possam ter muitas prendas.
Eu, Francisco, gostava muito de receber um BeyBlade, um Lança Teias do Homem-Aranha, uma pista Hot Wheels e um Monopólio.
Eu, João, gostava muito de ter o leitor de CD's do Noddy, a máquina fotográfica do Faísca, uma pista do Chuck, os carrinhos Speed Wheels e o Tic Tac Boom.
Obrigado pelas nossas prensas e desejo que Tu também tenhas um bom Natal

Francisco e João (assinatura pelas próprias mãos e legível).

segunda-feira, dezembro 03, 2012

Com ela é uma festa

A ovelha Choné, quem mais?!
Passou a ser o nosso momento de ... pára tudo, está a dar a ovelha Choné. O jantar fica para depois, as compras no meio do corredor, os banhos podem esperar mais um bocadinho.
Esta ovelha, "esperta como um alho" tem cá umas saídas!

sexta-feira, novembro 30, 2012

Gratidão

Gostaria muito de ser o Ricardo Araújo Pereira e dizer isto de uma forma divertida, mas parece-me que o que vai daqui sair será tudo menos divertido.
Bem sei que não temos o Dia da Ação de Graças como os Americanos, mas acho que devia ser instituído.
A vida corre à velocidade da luz, cada um preocupado com a sua própria sorte, o trabalho que se tem ou não se tem, a casa, os filhos, o jantar, as contas, com a crise que não vai embora e que nos arrasta com ela.
Neste turbilhão, esquecemo-nos de agradecer e apreciar aquilo que já temos e que nem a crise nem a Srª Merkl nos podem tirar.
Precisamos de reconhecer que a felicidade não é um estado, mas um caminho que se faz todos os dias. Pensamos demais no que queremos adquirir e não no valor do que temos.
Hoje, um programa de rádio encheu-me de angústia pelo que está a acontecer neste país, senti-me literalmente amarrada, sem poder fazer algo que realmente fizesse a diferença. O que eu queria mesmo era que não houvesse meninos com fome, mas há; queria que não houvesse bebés abandonados, mas há e eu não os posso ir lá buscar para lhes dar colo; queria que houvesse menos idosos a passar frio e a enfrentar a solidão da velhice ou da pobreza; e menos famílias a colocar em causa a sua noção de lar.
Sinto-me impotente, mas também sei que são necessárias várias gotas para fazer um mar.
Enfim, o que eu acho mesmo é que devo dar Graças pelo que já tenho e por aquelas pequenas coisas que fazem a alegria:

. telefonemas inesperados;
. braços apertados;
. manhãs de namoro;
. músicas bonitas;
. borboletas na barriga;
. ombros amigos;
. gargalhadas sinceras;
...
...

terça-feira, novembro 27, 2012

Primeiras Avaliações

As primeiras avaliações da escola pública chegaram hoje. Sem contar com os esperados comentários à pouca rapidez com que o Francisco faz os trabalhos e parca capacidade de concentração que tem, tudo ótimo, ou seja, tudo Bom.
Ficámos orgulhosos e demos-lhe a conhecer.
Dou por mim a pensar que era tão mais agradável ouvir as considerações da boca das educadoras e auxiliares da pré, que o conheciam tão bem como eu.
Sinto, desde que começou esta nova etapa, falta da conversa de fim de dia com uma auxiliar, que me diz se ele esteve triste, alegre, irrequieto, bruto (às vezes).
Colocamo-lo na escola de manhã; os avós vão buscá-lo para lhe dar o almoço (sorte a minha que conto com esta ajuda); volto a vê-lo ao fim do dia na casa da avó ou, se vou buscá-lo eu, à porta da escola com o casaco meio vestido meio despido, de cara afogueada a correr para mim. A auxiliar não sabe nada dele em particular, já saber o nome é uma sorte!
Sempre ouvi dizer que quando entram na escola deixam de ser nossos. Talvez seja esta a forma como crescemos, ele como pessoa, nós como pais.
Espero que cresça uma boa pessoa e espero saber crescer com ele.